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A primeiro de Outubro 2019, cheguei em Dakar, no Senegal, e com a Ir. Domitilde Manga e as duas novícias, Véronique Diouf e Pascaline Sarr, pus-me à espera do visto para os Estados Unidos. Sim, porque em principio o nosso programa era o de viver uma nova experiência de formação internacional na nossa comunidade de Pinecroft, em Cincinnati. Ao longo do tempo, a espera do visto tornou num novo projecto de Deus: acompanhar as Irmãs Domitilde, Véronique e Pascaline no seu caminho de formação no Senegal. No começo não foi simples comunicar numa língua que desconhecia, acolher uma cultura nova, aceitar condições de vida e de serviço diferentes. Tudo era diferente do que eu imaginara.
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O acolhimento da Vontade de Deus ofereceu-me novos horizontes para abraçar, e novas oportunidades para viver. Hoje estou muito grata a Deus pela possibilidade que eu tive de conhecer a nossa missão em terra africana, de descobrir um povo novo, de construir relações de amizade com as Irmãs da área senegalesa, de encontrar tantas belas pessoas. Duas frases resumem bem o que eu vivenciei: “Yalla baxna” e “Nous sommes ensemble”.
"Yalla baxna" é uma expressão wolof para louvar a grandeza de Deus. No ano que eu vivi no Senegal, Deus mostrou-me a sua cura em mil circunstâncias: a acolhida que recebi, as pessoas que encontrei, a beleza do oceano e da Casamance (região ao Sul do Senegal), os desafios de uma nova cultura, a alegria de celebrar os votos perpétuos da Ir. Domitilde e os temporários das Ir. Véronique e Pascaline no dia 4 de Outubro 2020. Aos poucos, pude discernir o amor de Deus em tantas ocasiões. Até na triste situação da pandemia de Covid-19, tentamos ficar unidas com Deus, cultivar nossa sororidade, continuar com o programa de formação, ser solidárias com os mais vulneráveis. Deus é mesmo grande até nas tempestades, pois nunca nos deixa sozinhos, escuta o nosso grito e nos estende a sua mão.
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"Nous sommes ensemble" (Nós estamos juntos/as) é uma outra expressão típica senegalesa. Usa-se quando se partilha uma alegria ou se enfrenta uma dificuldade, uma dor. A partilha de um momento de festa, de dança, assim como o compartilhamento das penas e a ajuda mútua estão no ADN das pessoas que encontrei. Do povo senegalês aprendi que, por quanto pouco seja, tudo o que se possui é partilhado.
Eu vivenciei uma nova essencialidade e uma compaixão maior para com as pessoas que sofrem injustiça e marginalização. O Senhor alimentou em mim o desejo de pôr o meu tempo e as minhas energias ao serviço dos mais vulneráveis.
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Cumprida a minha missão, posso bem dizer: Dieureudieuf (obrigada em wolof) Senegal, pelos teus desafios e as tuas belezas! Dieureudieuf Irmãs e Afiliadas/os, por partilharem as várias culturas e a força do carisma. Dieureudieuf Madre Francisca, pela nova missão que me confiaste em Pistoia. Dieureudieuf meu Senhor, pela pertença à família humana e pelo chamado a viver a unidade na diversidade, em todo o tempo e lugar.
Ir. Marina Triglia, Sfp
Publicado em: 21/12/2020
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